20 a 29 de setembro o Programa LU.GAR.OCULTO, da Memória Imaterial, apresenta 2 Instalações artísticas multimédia, em Alenquer

Cruzamentos disciplinares
20 a 29 de setembro o Programa LU.GAR.OCULTO, da Memória Imaterial, apresenta 2 Instalações artísticas multimédia, em Alenquer

Memoria Imaterial

LU.GAR.OCULTO, em Alenquer. é um programa artístico e comunitário produzido pela Memória Imaterial (cooperativa cultural) com o financiamento bi-anual do Ministério da Cultura em parceria com a Universidade Nova de Lisboa e com o apoio do Município de Alenquer.
"Quando iniciámos o trabalho de registo de memórias dos habitantes de Alenquer sobre a sua comunidade, os temas “água” e “rio” destacaram-se pelo que decidimos que ambas as exposições de 2018 os usariam como estímulo central de criação.  Por outro lado, os temas “gestão da água” e “aquecimento global” são de urgência imediata.
Enquanto criadores e produtores culturais defendemos a confluência entre memória, consciência ecológica e arte.
Enquanto artistas, investigamos e criamos a partir das dimensões social, científica, política, ecológica e filosófica da nossa era, já caraterizada como Antropoceno. Estas duas instalações refletem as nossas opções de trabalho fundindo a memória viva dos habitantes da vila com as preocupações do nosso tempo, concretizadas em instalações que usam escultura, pintura, multimédia e teatro.
As atividades propostas para o biénio 2018/19 em Alenquer são de acesso gratuito, mas com inscrição prévia.

//Instalação 1
Ilusões de Futuro, pesadelos do presente
Alenquer, 20, 21 e 22 de setembro
Parque Vaz Monteiro

Perto do rio mostra-se a maquete de um icebergue cuja altura relembra as cheias de 1967.  Ao lado, um bloco de gelo derrete.
Em vários monitores de vídeo corre informação sobre a complexidade de ameaças, problemas e desafios, decorrentes das alterações climáticas, com a qual a humanidade doravante se confrontará, a nível local e global.
Sinal de premonição face à inconveniente verdade da crise climática? Os pesadelos do presente foram originados por ilusões de futuro. A maquete de icebergue anuncia, no presente, uma eventual inexistência de futuro caso a humanidade mantenha os atuais padrões predatórios de consumo e exploração dos recursos naturais para sustentar irresponsáveis estilos de vida.
As sessões de narração de Ana Sofia Paiva, dedicadas ao tema, têm a duração de 30 minutos e falam/cantam o legado cultural português, repleto de lendas e contos que nos ensinam a importância da água na vida. 

//Instalaçao 2
Memórias de Águas
Alenquer, 27, 28 e 29 de setembro
Lavadouro do Lugar das Águas

No Lugar das Águas, devoluto palco de convívio assistido pelo murmúrio ininterrupto do rio, o lavadouro torna-se temporariamente o lugar de concentração e confluência de memórias silenciadas. Instalação em torno da relação de Alenquer com o rio. 
Contrapartida de modernidade prometida em troca de um rio roubado, o lavadouro reúne as memórias individuais de histórias e vivências do lugar e do rio; as memórias de um rio inexistente, rio fantasma, recurso apropriado para ficções e imaginações, em contraste com a realidade material e sonora da água.  
Imagem do tempo e da consciência, um rio imaginário que se constitui com todas estas memórias que passam e se transformam com a passagem do tempo.  
As sessões de narração de António Fontinha, dedicadas ao tema, têm a duração de 30 minutos e falam do legado cultural português, repleto de lendas e contos que nos ensinam a importância da água na vida. 

http://memoriamedia.net/bd_docs/Alenquer/LUGAR/LUGAR_OCULTO_DIVULGA.pdf

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Ficha artística:

Carlos Augusto Ribeiro
Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa com a tese Não Estamos Sós Sob a Pele – Uma Exposição Possível Acerca de Duplos.
Membro de IELT-NOVA e de CORPUS – International Group for the Cultural Studies of the Body.
Autor de textos sobre arte contemporânea em cruzamento com outros domínios disciplinares (literatura e ciências da comunicação) e temas (corpo, imagem, tecnologia, ambiente, paisagem, arte e medicina populares).
Destaca-se sobre a temática da água: RIBEIRO, Carlos Augusto, “Las Aguas En El Arte Contemporâneo” in Lecturas del Agua – Un Acercamiento Interdisciplinar Desde La Cultura Y El Turismo (Org. Mª Isabel Morales Sánchez, Sara Robles Ávila, Maria da Natividade Pires), Catarata, 2016, pp. 110-120 (ISBN: 978-84-9097-208-3); RIBEIRO, Carlos Augusto, Eco de Dias Submersos – Uma Leitura de Rio Homem de André Gago, (e-Book da coleção Litescape, IELT-NOVA), 2014.

José Barbieri
José Barbieri é desde 2008 diretor da cooperativa Memória Imaterial, ONG consultora do Comité intergovernamental da UNESCO para a salvaguarda do Património Cultural Imaterial.
Criador, diretor artístico e produtor de performances multidisciplinares desde 1993 (Arte Pública, Beja e Memória Imaterial). Diretor de cenografia em ópera (Teatro Nacional de S. Carlos) e dança (Companhia Nacional de Bailado) (1985-1989); Curso superior de Teatro e Cinema pela ESTC/Lisboa (1981 – 1985). Realizador de documentários vídeo sobre a memória e a cultura popular (1993-…).

Ana Sofia Paiva
Formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, graduou-se em teatro e mais tarde especializou-se em Promoção e Mediação da Leitura na Universidade do Algarve. Paralelamente ao seu trabalho de atriz, dedica-se desde 2007 à narração de contos, dentro e fora de Portugal. É colaboradora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Universidade Nova de Lisboa e da cooperativa Memória Imaterial, onde trabalha como investigadora, transcritora e recolectora de património cultural imaterial poético e narrativo.

António Fontinha
É um dos pioneiros da Narração Oral em Portugal e vive exclusivamente de contar histórias desde 1995. Dinamizou milhares de sessões de contos e trabalhou para os mais diversos públicos por todo o país. Fora de Portugal contou em Espanha, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, França, Argentina e Bélgica. A base do seu repertório são temas da tradição oral portuguesa e, paralelamente à atividade de narrador, conduziu campanhas de recolha de contos tradicionais por todo o território nacional, algumas delas editadas. Curso de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.

Eva Ângelo
Realizadora e editora de vídeo desde 1999. Trabalha regularmente em temas ligados ao Património Cultural Imaterial e às Artes do Espetáculo. Autora de diversos documentários, nomeadamente "Água" Um filme realizado a partir do espetáculo "Vale" - de Madalena Vitorino, em terras do Vale do Tejo. Colaboradora frequente da Memoria Imaterial.

Rafael Del Rio
Formação em multimédia (ETIC)
Prática artística: criação vídeo com base em sistemas fractais; criação de ambientes sonoros a partir de plataformas informatizadas; Edição vídeo, criação de teasers; Assistência técnica: operador de câmara, técnico de luz e som para eventos artísticos.

Vera Fuertes Refólio
Formação em Antropologia (Licenciatura) com destaque para Contextos Etnográficos Europeus,
Museologia, Ciberespaço e Dinâmica do Espaço Rural (Departamento de Geografia)
Curso de Cinema Documental (Assoc. Port. de Realizadores). Experiência profissional em Organização de espetáculos, animação turística e atividades associadas.

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Datas e horários de apresentação:
Horário das exposições: 11h00 - 22h00
Sessões de contos: 11h30, 14h30, 17h30.
O projeto foi desenhado de modo a criar pontos de interação com o público escolar, estimulando o diálogo em redor de temas ambientais e artísticos atuais.
Visitas para escolas e outros grupos organizados: 11h00 -17h00
Inscrição prévia online em https://goo.gl/forms/gAVTFyInvhJf85F93 (google form)
ou telefone 96 150 21 05 (Produção Memória Imaterial)

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Mais informações:
https://memoriamedia.net/lugar/