Teatro Viriato acolhe "Aurora Negra", de Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema | 26 setembro, Viseu
© Filipe Ferreira
Constatar a invisibilidade a que os corpos negros estão sujeitos nas artes performativas é a proposta de reflexão das criadoras e intérpretes Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema na peça de Teatro “Aurora Negra”. O espetáculo vencedor da segunda edição da Bolsa Amélia Rey Colaço é apresentado no Teatro Viriato.
Sinopse:
Em “Aurora Negra”, o canto começa na voz de uma mulher que fala. Fala crioulo. Fala tchokwe. Fala português. Em cena, três mulheres negras na condição de estrangeiras em lugares onde são faladas essas três línguas. “Aurora Negra” constata a invisibilidade a que os corpos negros estão sujeitos nas artes performativas. A estes corpos é negado constantemente o acesso à construção das suas narrativas, quer seja pela sua ausência nas criações da maioria vigente, ou pela sua presença que quando existente é muitas vezes justificada e remetida a estereótipos e preconceitos. “Queremos contar histórias que sabemos que outras pessoas passaram pela mesma trajetória. Quando virem este espetáculo, vão sentir-se convidados a estar connosco. Há essa vontade de representação que nos faltou”, afirma Cléo Tavares. Num ano em que as pessoas saíram à rua em nome da igualdade de direitos em todo o mundo, com o movimento Black Lives Matter, “Aurora Negra” é acima de tudo um statement. “Esta reflexão tem de ser feita, não só por nós, que o fazemos há muito, mas também pelos outros.”, refere Isabél Zuaa. Neste espetáculo, Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema procuram ainda as raízes mais profundas das suas culturas. Celebram o seu legado e projetam um caminho onde se afirmam como protagonistas das suas histórias. “O nosso espetáculo é um espetáculo tão plural quanto as nossas experiências. Não é só sobre experiências relacionadas com o racismo. É também sobre felicidade, sobre sonhos”, explica Isabel Zuáa.
“Aurora Negra” foi o vencedor da 2ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço (2019), promovida pelo Teatro Viriato (Viseu), pelo Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), pelo Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) e pel’ O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo), parceiros que se juntam para descobrir e divulgar novas vozes apoiando a criação de espetáculos de jovens artistas e companhias emergentes em língua portuguesa.
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Ficha artística:
Direção artística, criação e interpretação Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema
Cenografia Tony Cassanelli
Conceção de figurinos Maria dos Prazeres, Marina Tabuado
Direção técnica, desenho de luz e mapeamento de vídeo Felipe Drehmer
Sonoplastia e composição original Carolina Varela e Yaw Tembe
Desenho de som Tuff Estúdios - João Santos
Adereços e styling Eloisa Ascensão, Jorge Carvalhal
Apoio à dramaturgia Sara Graça e Teresa Coutinho
Apoio ao movimento Bruno Huca
Apoio à pesquisa Melánie Petremont
Apoio à criação Bruno Huca e Inês Vaz
Administração e produção Cama A.C, Daniel Matos e Joana Duarte
Direção de produção Maria Tsukamoto
Assistência de produção Filipa Garcez
Coprodução TNDM II, Centro Cultural Vila Flor, O Espaço do Tempo e Teatro Viriato (2ª edição Bolsa Amélia Rey Colaço)
Apoio Alkantara e Casa Independente
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Local, data e horário de apresentação:
Teatro Viriato
26 de setembro, 21h30
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Informação sobre bilheteira:
Os bilhetes podem ser adquiridos, preferencialmente, em www.teatroviriato.com, através da BOL, do telefone da bilheteira (232 480 110) ou do e-mail bilheteira@teatroviriato.com
A lotação disponível está sujeita às normas recomendadas pela Direção Geral de Saúde.
Nos dias de espetáculo, os bilhetes só estarão à venda até meia hora antes do início da apresentação.
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Contactos da entidade promotora:
TEATRO VIRIATO
Largo Mouzinho de Albuquerque - Apartado 2087 EC Viseu, 3501-909 Viseu
232 480 110 // 96 2736 991 // 91 2577 359
geral@teatroviriato.com
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