"A Força do Hábito", de Thomas Bernhard, 20 novembro [ESTREIA], Covilhã

Fotografia de ensaio © Teatro das Beiras
“A Força do Hábito”, de Thomas Bernhard — com encenação de Nuno Carinhas — é a 107.ª produção do Teatro das Beiras. Estreia no dia 20 de novembro, às 20h45, no Auditório do Teatro das Beiras (Covilhã) e está em cena até ao dia 27 (20, 25, 26 e 27 de novembro, às 20h45; 21 e 22 de novembro, às 11h). A peça conta com as interpretações de Fernando Landeira, Roberto Jácome, Sílvia Morais, Susana Gouveia e Tiago Moreira.
SINOPSE
(por Nuno Carinhas)
As criaturas vulgares
Se “A Força do Hábito” fosse um quadro de Magritte, teria inscrita a frase: “Isto não é um retrato de artistas”. Artistas relutantes, diga-se. Exilados, ambulantes – o público no escuro é reconhecido pelo faro apurado de Garibaldi: em cada cidade, um cheiro diferente. Os artistas odeiam-se entre si, não se entendem, embora precisem uns dos outros, e por isso mesmo. Para tocar em conjunto, para continuarem vivos. Continuando a ensaiar o “Quinteto da Truta”.
A vida de todos os mortais precisa de narrativas construídas pelos artistas. E de que se alimentam os artistas para sua sobrevivência, para além do cheiro do público? Doutras artes, doutras práticas que lhes exigem persistência em busca da perfeição. A par dos afectos esquinados pelas ovelhas tresmalhadas da família e das memórias extremas. Dos momentos inesquecíveis, entre a ocasião sublime e o acidente fatal. Provas de vida a cada dia de ensaio, dentro e fora da “pista”. Sentidos alerta: um passo em falso, e é a morte do artista. Não desistir do treino e do rigor: cabeças e corpos. Ferrara / fé rara. De terra em terra, de estação a estação, a viagem com esperança no infinitamente difícil, inatingível.
Bento Domingues: “Na utopia, vive a esperança de uma outra sociedade; na esperança, vive a utopia de um outro mundo”.
Diz Garibaldi:
“A sociedade escorraça
de si
quem a ameaça”
(…)
“Não resta senão”, diz o mesmo Garibaldi,
“entrar com o arco a tocar
pela morte dentro”
Entretanto não se fala de produção nem de consumo. Tão só da alma, igual à peça de madeira que une as costas à frente dos instrumentos de corda e que faz ressoar o som.
“Toda a palavra é uma invocação”, como no teatro!
“A arte que se faz
nunca mais
deixa em paz a cabeça”.
Uma homenagem que Thomas Bernhard presta à gente do Teatro, do Circo e da Música, com verrina e ternura. Criaturas (in)vulgares em versão de câmara.
Nuno Carinhas
Teatro das Beiras, Covilhã, outubro de 2020
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Autor: Thomas Bernhard
Tradução: Alberto Pimenta
Encenação: Nuno Carinhas
Cenografia, figurinos e cartaz: Luís Mouro
Desenho de luz: Fernando Sena
Apoio musical: Maria Gomes e Rogério Peixinho
Operação de luz e som: Hâmbar de Sousa
Confeção de figurinos: Sofia Craveiro
Carpintaria: Pedro Melfe
Produção: Celina Gonçalves
Fotografia e Vídeo: Ovelha Eléctrica
Interpretação: Fernando Landeira, Roberto Jácome, Sílvia Morais, Susana Gouveia e Tiago Moreira
Duração: aprox. 1h20
BILHETEIRA
A lotação é reduzida.
As reservas deverão ser feitas antecipadamente para os telefones 275 336 163 ou 963 055 909.
Os bilhetes devem ser levantados preferencialmente de 2ª a 6ª, das 9h30 às 13h e das 14h30 às 18h ou nos dias de espetáculo, uma hora antes do início de cada sessão.
Preço bilhetes: 6 €. Desconto para sócios, estudantes, menores de 25 anos e maiores de 65 anos.
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
M/12
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