23 julho CICLO ECOS #3 | "Lodo Acusmático" - ciclo de instalação multimédia, na Zaratan, Lisboa
Lise Bardou, «CICLO ECOS #3 | Lodo Acusmático» (2020)
Sinopse:
Com curadoria de Lise Bardou, ECOS é um ciclo de instalação multimédia que inclui imagens em movimento, som e performance. Dois artistas de cada vez são convidados para relacionar o seu trabalho entre eles e com o espaço da Zaratan, interagindo com os diferentes níveis, com os vários elementos (terra, pedras e poeira) e a materialidade que a sala oferece. Utiliza-se o espaço físico para gerar um efeito tridimensional com as imagens em movimento instaladas e projectadas.
ECOS convida um artista-escritor a colocar as suas palavras no espaço e um vídeo-artista ou performer a criar um diálogo entre escritas, imagens, espaço e corpos, explorando estas duas práticas artísticas diferentes através de uma nova encenação, criando uma transição de uma forma de linguagem para outra. Um terceiro artista é convidado para reflectir através do som sobre esse diálogo entre os dois artistas participantes e a construir a sua própria criação áudio, transformando os estímulos visuais em som. espaço. De um registro narrativo e documental à abstracção, o artista de som é convidado para usar as gravações livremente para criar uma peça sonora que será apresentada posteriormente na Zaratan
Desde o primeiro dia de instalação até o dia do evento, um terceiro artista é convidado para reflectir através do som sobre esse diálogo entre os dois artistas participantes e a construir a sua própria criação áudio, transformando os estímulos visuais em som.
O output desta experiência, além de ser publicado on-line e numa edição física, será apresentado na Zaratan futuramente.
Para a terceira edição do ciclo, Ecos convida Elisa Pône, Rita Barreira e Luis Fernandes para criar: "Lodo Acusmático"
Les pieds dans la boue mais la tête à peu près dans la lumière, les hommes imaginent obstinément un flux qui les élèverait sans retour dans l'espace pur. La vie humaine comporte en fait la rage de voir qu’il s’agit d’un mouvement de va et vient de l'ordure à l'idéal et de
l'idéal à l’ordure, rage qu'il est facile de passer sur un organe aussi bas qu'un pied.
Bataille.George. in Le gros orteil, revue Documents no 6, 1929
Levantámos a black box da Zaratan numa configuração acusmática da mesma enquanto Lodo. O Lodo afigura-se numa extrema imobilidade da matéria, num fundo sedimentado e residual oposta ao movimento superficial das águas que facilmente observamos a olho nú. Levantar o Lodo supôs mantermo-nos no fundo e no seu impasse aparente, escutar a sua invisibilidade e trazer a escuta à superfície. Foi nesta arquitectura dupla que resolvemos a nossa experimentação artística, ocupámos a sala subterrânea da Zaratan procurando
desestabilizar as texturas e intensidades do seu fundo. Pensámos nos princípios de inversão, equivalências e reversibilidade entre a
camada inferior e a superior, activar o sedimento e apresentá-lo enquanto movimento. Criámos situações de explosões pirotécnicas para levantar o lodo e configurá- lo enquanto espaço acusmático. À escuta do que escapa às formas visíveis, pretendemos também
confirmar o fundo na sua plasticidade, conectando luz e cor na sua expressão sonora, para a entrega de uma arquitectura relacional entre níveis e texturas.
A terceira edição do Ecos inclui ainda o lançamento do segundo cassete do ciclo. Nesta ocasião será apresentada a criação de áudio de André Tasso realizada a partir da instalação da segunda edição «In the possible event».
Biografias
ELISA PÔNE (1979) É uma artista transdisciplinar. Depois de estudos de arte na França, envolve-se na produção de filmes, música punk noise e fogos de artifício. Interessa-se pelos impactos contraditórios da evolução tecnológica, os objetos ambivalentes e nos efeitos de velocidade do mundo contemporâneo. O seu trabalho é habitado pela percepção sensível do tempo e por inócuos processos de emancipação, enquanto aplicados em contextos inapropriados. A artista vive e trabalha em Lisboa, Portugal. O seu trabalho esta representado pela galeria Michel Rein, Paris e Bruxelas.
RITA BARREIRA Fez a licenciatura em Filosofia (FLUL) e os cursos profissionais em Fotografia (CENJOR) e Curso de Gestão/Produção de Artes do Espectáculo (Forum Dança). Completei o mestrado em Crítica, Teoria e Curadoria da Arte (FBAUL) com
a tese « Topografia DIY na Baía de São Francisco (1945-1965): Do Surgimento da Cultura Activista às Práticas Artísticas em Painterland no Vórtice de Jay DeFeo.». Sou doutoranda em Estudos Artísticos na NOVA-FCSH com o projeto “ PIGS: Espaços de Exaustão como Prática Artística no Sul da Europa”. A minha pesquisa foca-se na arte contemporânea e práticas espaciais com uma abordagem interdiscipinar em Estudos Artísticos. Circulo nos tópicos do bem comum, da autonomia na arte, arte pública e cultura independente (DIY e DIT). A partir da qualidade relacional e crítica na produção de espaço, interessa-me pensar as subjectividades dos agentes, objectos e práticas artísticas inscritas nestes processos dinâmicos. Sou investigadora doutoranda no Instituto de História da Arte (IHA- FCSH), membro colaborador no Centro de Investigação de Estudos em Belas Artes (CIEBA-FBAUL) e membro da Plataforma Doutoral no Instituto de História da Arte (IHA- FCSH). Colaboro com artistas e espaços artísticos independentes, com associações culturais e civis.
LUIS FERNANDES É um artista lusófono de origem francesa, cineasta e músico, trabalha principalmente com improvisação musical e composição sonora para mídia e dança contemporânea. Onde explora as noções de imprevisibilidade, intuição, sorte e espontaneidade. Toca tambem musica tradicional do Portugal e musica do mundo. Em 2018, iniciou um projeto de Arte sonora «Lisboa Sonora». El é membro ativo da Glocalmusic Coop e foi o autor do Sound Art Festival AURAL. Atualmente, ele está produzindo um documentário sobre arte e inclusão social.
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Ficha artística e técnica:
Curadoria: Lise Bardou
Direcção Artística: José Chaves
Assessoria de Imprensa: João Chaves
Apoio: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
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Local, data e horários de apresentação:
Zaratan – Arte Contemporânea, Lisboa
23 de Julho das 16h às 20h
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Informação sobre bilheteira:
Entrada gratuita*
[*No contexto da pandemia Covid-19, para visitar o espaço o uso de uma máscara sanitária é obrigatório e a admissão está sujeita à capacidade máxima, em conformidade com as regras de higiene e segurança.]
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Contactos da entidade promotora:
Zaratan – Arte Contemporânea
Rua de São Bento 432-434. 1250-221 Lisboa
info@zaratan.pt | www.zaratan.pt | (+351) 967580235