“Esplendor e Dismorfia”, de Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha a encerrar o Linha de Fuga 2020 / 29 outubro, Coimbra
Christophe Raynaud de Lage
Sinopse:
Recital híbrido para dois corpos-paisagem animados pela respiração. Um aglomerado que se destrói e amplia, desastre e anti-desastre em que a aceleração, os fungos e a voz sobrevivem. Esplendores invisíveis. Híper-futuro e híper-passado. Entre a dismorfia, o sol e a carne.
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Nascida do feliz encontro colaborativo entre a coreógrafa e bailarina Vera Mantero e o construtor sonoro e cénico Jonathan Uliel Saldanha, esta obra particularmente enigmática, propõe-nos uma viagem a um outro espaço mental, um lugar de todos os monstros possíveis. Um lugar onde a dança levanta questões sobre o nosso lado obscuro, o das coisas que escondemos a nosso respeito, que não queremos nem ver, nem dizer. O lado que é feio.
Para a construção deste espetáculo, os autores começaram por trabalhar a ideia de um corpo que se modifica e que se deforma até ao irreconhecível. Corpos invadidos por fungos que os transformam até à dismorfia. Esta palavra significa “má configuração ou forma viciosa de um órgão ou aparelho”. É sinónimo de deformidade, uma característica dos seres considerados monstruosos. E assim, Vera Mantero regressa a um tema recorrente na sua obra e, particularmente, por sugestão de Jonathan Uliel Saldanha, à lista de monstros do livro “Le Monstre dans l’Art Occidental” de Gilbert Lascault que ouvimos a abrir a peça na sua voz metalizada.
Aqui tudo acontece devagar, para termos tempo de refletir sobre o espaço amplo que o conceito de monstruosidade nos dá. Norma e desvio, ordem e desordem, possível e impossível… e para enfrentarmos os nossos medos ou encontrarmos na invisibilidade os esplendores que nos cercam.
Resultado de um convite do programa Vive le Sujet! da 73.ª edição do Festival d’Avignon (2019), este espetáculo foi criado para apresentação ao ar livre. Em fevereiro deste ano, teve estreia nacional no âmbito do festival GUIdance, em Guimarães, tendo sido adaptado para sala de espetáculos. Esta é a versão que se apresenta em Coimbra a encerrar o Linha de Fuga 2020, Festival Internacional e Laboratório de Criação - + info
[Linha de Fuga, Associação Cultural]
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Ficha artística e técnica:
Criação e interpretação Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha
Cenário, figurinos e adereços Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha
Execução da máscara de fitas Aldina Jesus
Desenho de luz Leticia Skrycky
Banda sonora Jonathan Uliel Saldanha
Voz Vera Mantero
Textos Paisagem com Argonautas de Heiner Müller, excertos de Le monstre dans l’art occidental de Gilbert Lascault, © edição Klincksieck, Paris
Imagens Joos van Craesbeeck e Erbe, Pooley: USDA, ARS, EMU
Produção O Rumo do Fumo
Co-produção SACD - Festival d'Avignon e Centro Cultural Vila Flor
Agradecimentos André Guedes, Catarina Miranda, Miguel Pereira e Tiago Barbosa
Uma primeira versão de Esplendor e Dismorfia foi criada durante a 73.ª edição do Festival d’Avignon, programa Vive le Sujet!, uma co-produção SACD-Festival d’Avignon.
O Rumo do Fumo é financiado pela República Portuguesa | Cultura | Direção-Geral das Artes
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Local, data e horário de apresentação:
Oficina Municipal do Teatro, Rua Pedro Nunes s/n, 3030-199 Coimbra
29 de outubro 21h30
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Informação sobre bilheteira:
Preço único: 5€
M/12
239 714 013 / 912 511 302 / reservas@oteatrao.com
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Contactos da entidade promotora:
Linha de Fuga, Associação Cultural
Rua Dr. Paulo Quintela, nº 34, 5º A
3030-393 Coimbra
info@linhadefuga.pt
www.linhadefuga.pt