A Quadrivium – Associação Artística apresenta um Concerto da Sinfonietta de Ponta Delgada, com direção musical de Amâncio Cabral, no dia 30 de outubro, às 21h00, no Teatro Ribeiragrandense, Ribeira Grande, Açores. Os bilhetes estão à venda na bilheteira do local.

SINOPSE:

(Pela Quadrivium)

A Sinfonietta leva à Ribeira Grande um programa caracterizado pelo uso da retórica na música, nomeadamente através da comédia e da sátira musical. Nada disto seria tão óbvio se não estivéssemos a falar de Mozart e Haydn, dois vultos incontornáveis em toda a história da música que, para além das belíssimas melodias que escreveram, usaram o seu génio das maneiras mais inventivas possíveis e imagináveis, tendo em conta o contexto em que viveram no Séc. XVIII.

Wolfgang Amadeus Mozart, em particular, ficou conhecido pelas “piadas” que inseria em diversas das suas obras. Esta linguagem, também muito presente nas suas óperas, torna-se especialmente interessante se considerarmos o contraponto que faz com a sua música sacra mais pesada e solene, como por exemplo o Requiem. De certo modo, esta dicotomia é ilustrativa não só do seu génio, como também das instâncias entre a sua vivência mais boémia e diletante e a opressão. No caso de Ein Musikalischer Spass (em português, Uma Piada Musical), Mozart recorre a mudanças abruptas de tonalidades e de dinâmicas de tal forma pitoresca que é impossível não reagir com surpresa e entusiasmo. Mais ainda, chega ao ponto de escrever notas erradas em certos instrumentos fazendo parecer um erro de execução, tornando-se numa verdadeira caricatura sonora - não, não são erros. Escrita para duas trompas e cordas, Ein Musikalischer Spass é uma obra que revela bom humor e disposição, sem descurar o habitual virtuosismo orquestral a que nos habituou Mozart, que promete não deixar ninguém indiferente ao escutá-la.

Por outro lado, Joseph Haydn usou a retórica com uma premissa de certo modo mais interventiva. A Sinfonia nº 45, “do Adeus”, em fá sustenido menor, foi composta no verão de 1772, no palácio de Esterháza, na altura em que Haydn estava ao serviço da corte de Nicolau I, Príncipe da família Esterházy. Anos mais tarde, o compositor viria a confidenciar aos seus biógrafos a história por detrás desta sinfonia. Segundo o próprio, a corte que se havia deslocado para Esterháza já lá permanecia há demasiado tempo, obrigando os músicos (entre os quais o próprio Haydn) a estar longe das suas famílias, que residiam em Eisenstadt. A viagem de regresso demorava um dia inteiro e, desesperados por regressar a casa, os músicos viraram-se para Haydn à procura de uma solução. Numa atitude reveladora de verdadeira diplomacia, Haydn procurou inserir estes protestos na música que iria escrever para a corte, em vez de confrontar diretamente o Príncipe. Assim, os músicos tocaram e a corte ouviu. Como aconteceu? Cabe ao público descobrir no Teatro Ribeiragrandense, já no próximo dia 30 de outubro. Certo é que, em 1772, todos voltaram a casa para as suas famílias.

Este concerto é produzido pela Quadrivium - Associação Artística e conta com o apoio institucional da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, da Direção Regional da Cultura dos Açores e da Câmara Municipal de Ribeira Grande.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA:

Sinfonietta de Ponta Delgada
Amâncio Cabral, direção musical
Produção Executiva | Ana Carvalho
Produção | Pedro Carvalho, Teresa Carvalho, Ana Vilela
Comunicação | Amadeu Resendes

LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS:

30 de outubro de 2020, às 21h00
Teatro Ribeiragrandense
Largo 5 de outubro, Ribeira Grande
Açores

BILHTEIRA:

Teatro Ribeiragrandense
Horário: dias úteis das 9h00 às 17h00
T. 296 470 340
E. teatroribeiragrandense@cm-ribeiragrande.pt

MAIS INFORMAÇÕES:

https://quadriviumaa.wixsite.com/quadrivium/